Diante do mundo contemporâneo que coloca os anseios e projetos da juventude em uma rede complexa de massificações e automatismos, qual o espaço que resta para eles desempenharem suas potencialidades? Para os professores Cesar Lapa (Filosofia), Anna Clara Garcia (Literatura), Simone Mysqueu (Literatura e Linguagens) e Rose Mary Aguiar Borges (Artes), do Instituto de Educação de Nova Friburgo, este espaço deveria ser a escola. Mas como eles identificaram que também as escolas têm deixado em segundo plano abordagens mais humanas como a literatura, a filosofia e a expressão artística, decidiram criar o Jovens Vivendo a Arte Contemporânea.
Este plano de ação pedagógica vem sendo realizado em Nova Friburgo desde setembro de 2006 e tem como objetivo principal a formação do caráter estético de jovens estudantes do Ensino Médio da Rede Pública por meio de atividades periódicas de reflexão e criação artística. A intenção é oferecer aos jovens a oportunidade de pensar a própria essência do homem através da dimensão poética da criação e transformação do mundo que constitui a experiência artística.
Na prática, isso significa a realização de atividades como visitas a museus, leituras de livros de arte, espetáculos teatrais, vernissage de artes visuais, filmes diversos, palestras e cursos diversos, viagens culturais, oficinas de arte e literatura, encontros com artistas da região, utilização de vídeos e DVDs de arte e cursos de fotografia e computação gráfica. Sempre com o apoio, a assistência e a orientação dos professores de Literatura, Filosofia e Artes, objetivando a formação de cidadãos e futuros profissionais mais sensíveis às manifestações artísticas contemporâneas.
Com o Jovens Vivendo a Arte Contemporânea, os alunos do segundo, do terceiro e do quarto anos do Curso Normal do Instituto de Educação de Nova Friburgo estiveram no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, para uma visita à exposição do artista plástico Vik Muniz. Para a professora Rose Borges, visitas como esta são uma forma de complementar e enriquecer o trabalho que vem sendo realizado desde 2006, quando o grupo começou a ter contato com a arte contemporânea em uma visita à Bienal de São Paulo. “Eles só viam a arte como um quadro na parede. De lá para cá, o grupo pesquisou e realizou vários trabalhos em que Arte, Literatura e Filosofia andam de mãos dadas”, diz Rose.
Agora o objetivo é levar os estudantes à Curitiba para que eles desenvolvam a capacidade de apreciar monumentos arquitetônicos e tenham a oportunidade de conhecer museus, teatros, universidades e templos que se tornaram referências internacionais, além de exercitarem, ao longo da excursão, a capacidade de registrar a experiência por meio de relato escrito, fotográfico e cinematográfico. Os professores do Instituto de Educação de Nova Friburgo já deram entrada em um processo de verba para que esta nova etapa do Jovens Vivendo a Arte Contemporânea saia do papel.
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=756